LEISHMANIOSE
A leishmaniose é uma doença parasitária grave, crônica, de curso lento e de difícil diagnóstico e fácil transmissão, tanto para animais, quanto para as pessoas. Causada pelo protozoário leishmania. A doença é transmitida pela picada do mosquito palha infectado pelo protozoário. Tanto animais domésticos e silvestres, como as pessoas, uma vez infectados, passam a ser fontes de infecção para outros mosquitos.
Sintomas
São bastante variáveis. Podem ser observadas lesões na pele, acompanhadas de descamação, úlceras (lesões abertas), perda de peso, lesões oculares, atrofia da musculatura e dificuldade de locomoção. Alguns cães apresentam crescimento exagerado das unhas. Em estágio mais avançado há comprometimento do fígado, baço e rins, que pode levar o animal a morte.
Tratamento
Existe tratamento para a Leishmaniose e hoje muitos cães estão sendo tratados, mas a terapia exige comprometimento do tutor e do veterinário, pois o acompanhamento é para o resto da vida do cão.
Muitos países tratam a leishmaniose e no Brasil, há pouco tempo foi liberada a venda do milteforan da Virbac®, um dos medicamentos para o tratamento. Infelizmente, muitos profissionais e tutores ainda preferem a eutanásia. O sacrifício de cães doentes realizados nos últimos anos não reduziu a disseminação da doença, bem pelo contrário, os casos de Leishmaniose aumentam a cada ano.
Investir em prevenção e educação da população são medidas importantes para reduzir a Leishmaniose. A eutanásia é indicada somente quando a Leishmaniose causa lesões graves em órgãos importantes, como rins e fígado, pois nesses casos, o cão não consegue se recuperar, mesmo com o tratamento.
Sempre que o teste sorológico para Leishmaniose for positivo, não faça eutanásia, procure a opinião de vários profissionais, pois o diagnóstico da leishmaniose é muito complexo e não pode ser baseado apenas em um único exame.
Prevenção
- Vacinação dos cães a partir dos 4 meses de idade. O cão deve fazer antes um exame específico (teste rápido ou sorológico) para saber se já está infectado. Diante do resultado negativo o programa de vacinação é iniciado. São aplicadas três doses da vacina Leishtec® com intervalo de 21 dias rigorosamente. Após, reforço anual, uma dose após um ano da primeira dose da vacina.
- Muito importante o uso de produtos repelentes para o mosquito SEMPRE, como a coleira Scalibor® e o Pulvex®. Alguns cães podem apresentar reação alérgica à coleira, nesse caso, ficam com a pele vermelha na região do pescoço. Uma forma de amenizar ou evitar a reação é passando um pano úmido na coleira antes de colocar no cão, para retirar o pó, e só colocar a coleira no dia seguinte. Caso, mesmo assim, ocorra a reação, substitua a coleira por outro produto.
- Nenhum método preventivo contra a Leishmaniose é 100% eficaz, portanto, o uso de produtos repelentes deve ser constante, além da vacinação.
- Os cães que ficam fora de casa no período do anoitecer. Que moram próximo a rios, praias, matas e em locais com acúmulo de lixo ou matéria orgânica em decomposição estão com maior risco de adquirir a doença, pois possuem maior exposição ao mosquito.
- Medidas de combate ao mosquito palha com o uso de inseticidas no ambiente e repelentes nos cães (coleira Scalibor®, coleira Seresto®, Advantage Max 3®), além de manter o ambiente sempre limpo e evitar o acúmulo de matéria orgânica, como frutas em decomposição e saneamento básico ajudam a evitar a doença.
Somente o veterinário, através de exame clínico e laboratorial pode fazer o diagnóstico correto. Sempre que existir um exame positivo, converse com o seu veterinário antes de tomar qualquer atitude, pois o diagnóstico da Leishmaniose é muito complexo. Um exame sorológico positivo, dependendo da titulação (quantidade de anticorpos contra a doença) não significa que o seu cão está doente, muitas vezes, pode significar que ele entrou em contato com a doença e produziu anticorpos para combatê-la, mas não apresenta a doença.
O diagnóstico da Leishmaniose é baseado em vários exames, não somente na sorologia, portanto, converse sempre com um veterinário experiente, acostumado a atender casos de Leishmaniose. Muitos profissionais não tem o hábito de atender esta doença por ela ser restrita a determinadas regiões do país.
Orientação
Caso você more em áreas endêmicas, utilize todas as formas de prevenção, produtos repelentes e a vacinação, pois está doença é muito grave para os cães e para as pessoas. Quando o exame for positivo, busque sempre a opinião de um profissional habituado a atender casos de Leishmaniose.