A PANCREATITE é a inflamação do pâncreas.
- Uma das causas mais comuns de pancreatite canina aguda ocorre quando um cão come uma grande quantidade de alimentos ricos em gordura.
- Pancreatite em cães pode variar de leve a risco de vida, e existem múltiplos fatores de risco para a doença, incluindo predisposição de raça
- Os sintomas da pancreatite incluem perda de apetite, náuseas e vômitos, desidratação e dor abdominal
- O tratamento é principalmente de suporte e deve ser focado no alívio dos sintomas
A pancreatite em cães é muito perigosa, 27 a 58% dos pacientes com a doença não sobrevivem.
Um pâncreas inflamado não pode desempenhar eficientemente suas funções críticas, que incluem a secreção de insulina para equilibrar os níveis de açúcar no sangue e a produção de enzimas digestivas, como amilase, lipase e protease, que são necessárias para a digestão e absorção de nutrientes.
Danos graves ao pâncreas podem desencadear uma reação inflamatória maciça conhecida como síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), caracterizada pelo aumento da permeabilidade capilar, febre, ritmo cardíaco acelerado, queda da pressão arterial e, finalmente, falência múltipla de órgãos.
Além disso, como resultado de um processo chamado autodigestão, os cães podem desenvolver pancreatite necrotizante grave, na qual partes inteiras do órgão são completamente destruídas.
Fatores de risco para pancreatite em cães
- RAÇA: a pancreatite é mais comumente vista em cães de raças pequenas de meia idade ou mais velhos, especialmente o Schnauzer Miniatura, o Spaniel King Charles Cavalier, o Cocker Spaniel, o Sheltie, o Toy Poodle e o Yorkshire Terrier.
- DOENÇAS E OBESIDADE: fatores de risco adicionais incluem obesidade, diabetes, hipotireoidismo, doença de Cushing e doença gastrointestinal (GI) preexistente. De fato, estima-se que cerca de 25% dos cães com diabetes aguda também tenham pancreatite aguda.
- CIRURGIAS: condição também é mais comum em cães que passaram por cirurgia recente, especialmente procedimentos envolvendo os órgãos abdominais.
- MEDICAMENTOS: além disso, certos medicamentos são suspeitos de desencadear pancreatite aguda, incluindo medicamentos anti-convulsivos, como o brometo de potássio ou fenobarbital, prednisona e outros esteróides catabólicos, e o diurético furosemida
- ALIMENTOS GORDUROSOS: alimentos ricos em gordura, como carnes gordas, pele de peru, gordura de bacon, etc. Alimentos processados (rações ricas em carboidratos e gordura processada).
Sintomas de pancreatite
A pancreatite canina pode causar uma variedade de sintomas que também são observados em muitas outras condições, e podem variar de leves a muito graves.
- Falta de apetite 91% dos casos
- Vômito 90% dos casos
- Fraqueza 79% dos casos
- Dor abdominal 58% dos casos
- Desidratação 46% dos casos
- Diarreia 33% dos casos
Quando a doença é muito grave, a inflamação pode se tornar sistêmica, o que pode causar choque ou colapso cardiovascular (circulatório). Os sintomas que os veterinários mais comumente observam quando examinam cães com pancreatite aguda são desidratação, salivação excessiva e lamber os lábios (sinais de náusea) e dor abdominal. Uma vez que esses sintomas estão presentes em uma ampla variedade de distúrbios, um diagnóstico completo deve ser realizado, incluindo exames de sangue e radiografias.
O diagnóstico é realizado através de exames de sangue. Hoje já existe um teste rápido para diagnóstico (teste snap cPL IDEXX).
Tratamento de pancreatite
Não há procedimento ou medicação que cure a pancreatite, por isso o tratamento é de suporte e tem por objetivo a redução dos sintomas.
- Fluidos intravenosos (IV) para tratar desidratação, hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo) e desequilíbrio eletrolítico
- Controle da dor
- Anti-eméticos para aliviar náuseas e vômitos
- Nutrição enteral (alimentação por sonda)
- Anti-inflamatórios devem ser evitados
Cães que desenvolvem uma crise aguda de pancreatite podem evoluir de forma diferente. Alguns se recuperam totalmente sem maiores problemas. Outros se recuperam, mas passam a desenvolver pancreatite crônica. E alguns cães têm recorrências de pancreatite aguda. Em cães com condições coexistentes, como diabetes, o tratamento bem-sucedido da pancreatite depende do sucesso do tratamento desses outros distúrbios.
Os animais de estimação devem ser hospitalizados se não estiverem comendo ou bebendo sozinhos, e os exames de sangue devem ser repetidos até que estejam normais. Uma dieta de baixo teor de gordura, baixo teor de resíduos deve ser instituída até que a condição tenha sido resolvida.
Fonte: Site da Dra Karen Becker